RELATÓRIO SOBRE O
DESENVOLVIMENTO DO JOGO: Cubra a diferença
“…a atividade lúdica é o berço
obrigatório das atividades intelectuais da criança, sendo, por isso,
indispensável à prática educativa”.
(Jean Piaget)
(Jean Piaget)
Escolhi
o jogo Cubra a diferença, que
consta no volume: Jogos na alfabetização matemática, para desenvolver a
atividade proposta.
O jogo consiste em identificar
quantidades e realizar contagens; perceber a diferença entre duas quantidades;
calcular subtrações mentalmente.
São necessários 2
dados comuns, 2 tabuleiros individuais com números de zero a 5 com cores
diferentes e 12 tampinhas de refrigerantes de duas cores diferentes. Será
jogado em dois grupos.
Regras: Serão escolhidos dois líderes para comandar as equipes, cada criança, líder do grupo, escolhe uma das duas cores de tabuleiro, seis tampinhas e os alunos que farão parte de sua equipe. Inicia quem obtiver o maior valor entre dois dados.
Cada
jogador lança, na sua vez, os dois dados simultaneamente e calcula a diferença
entre as duas quantidades que saíram nos dados.
O
jogador cobre, com uma de suas tampinhas, no seu tabuleiro, o número
correspondente à diferença obtida.
O próximo jogador procede da mesma forma e
assim sucessivamente.
Caso o número correspondente à diferença já
esteja coberto, o jogador passa a vez para a próxima equipe. Vence o jogo quem
cobrir primeiro todos os números do seu tabuleiro.
Problemas abordados:
1º) Quem está ganhando o jogo?
Esta
foi uma indagação que fui fazendo à medida que o jogo ia acontecendo, era
necessário que fizessem uma relação de comparação
entre as equipes para responderem a questão. Para isso os alunos comparavam
quantas tampinhas haviam sido colocadas em cada equipe para totalizar esse
número e chegarem à resposta.
Outra
equipe contou as casas dos números que não haviam sido ocupadas ainda.
2º) Quais valores são necessários sair nos dados para uma determinada equipe, que ainda não marcou a casa 3, ganhar o jogo?
Os
alunos precisavam usar estratégias de subtração, no caso uma situação de transformação mesmo não se atentando
para o fato, para realizarem a questão, subtraindo o valor menor do maior. Outros
precisaram relacionar um a um os pontos do dado, comparando-os, para encontrarem o resultado.
3º) Que resultado teríamos entre dois valores do dado, por exemplo, se tivéssemos brincando de Nunca 10?
Como
já estão acostumados ao jogo citado acima essa questão de adição de pontos, que
envolve uma situação transformação
simples, foi resolvida com facilidade por eles. Uns contavam os pontinhos e
outros calculavam mentalmente.
4º) É possível valores diferentes nos dados darem a mesma diferença?
Fiz
essa indagação porque reparei que uma aluna achou esquisito quando sua equipe
tirou nos dados 5 e 3 e marcou a casa 2 e logo em seguida a equipe adversária
tirou 6 e 4 e também marcou a casa 2. A princípio não souberam responder, pois
precisavam além de realizar as subtrações (transformação
simples) ou comparações entre os
valores dos dois dados para obter os resultados, tinham que convencionar quais
valores davam a mesma diferença.
Porém
a mesma criança que ficou encabulada com o resultado no início foi a que
conseguiu perceber que diferentes valores podem dar resultados iguais.
REAPLIACAÇÃO DO JOGO NO DIA E A 5ª PROBLEMATIZAÇÃO - 01/10/14
Como os alunos gostaram bastante do jogo e também por saber que a aprendizagem não aconteceu por todos os alunos, repeti a aplicação.
Aconteceu
da mesma maneira que da primeira vez mudando apenas os participantes das
equipes, só que desta vez fiz registros à medida que iam jogando. Combinei que
a cada tampinha que colocassem no tabuleiro receberiam 10 pontos e se a
diferença obtida já tivesse sido marcada receberiam 5 pontos. Na primeira
rodada apesar de algumas diferenças o jogo terminou empatado, e na segunda uma
equipe saiu vencedora, como mostra os placares abaixo, que foi posto na lousa
após término do jogo.
Foi
possível perceber o avanço de vários alunos que ainda não tinham compreendido o
conceito objetivado no jogo: a diferença. Nessa segunda vez os alunos que já
haviam aprendido puderam ensinar seus pares. Eles mesmos faziam os pares nos
dedos para ver quantos estavam sobrando, quando era difícil com dedos usavam
palitos disponibilizados por mim, usaram o recurso da correspondência termo a
termo e tinha os que tampavam o menor valor no dado de maior valor anulando o
menor resultado para ver quantos
pontinhos sobravam. Cada criança usou do recurso que lhe pareceu mais
fácil. Mas ficou nítido que alguns alunos que não haviam entendido ainda, nessa
segunda vez conseguiram internalizar o conceito de diferença.
Nesse
segundo dia levantei o quinto problema:
5º)
Após o término do jogo perguntei a eles
porque o tabuleiro era composto por apenas 6 casas, ou seja, variavam de 1 a 5?
Para
isso precisaram ter uma clara noção de diferença em mente. Era necessário saber
todas as possibilidades de resultados entre todos os valores dos dados,
requerendo o mesmo cálculo feito anteriormente usando situações de transformação ou comparação para darem
uma resposta correta.
Ninguém
conseguiu responder a situação em questão, responderam que era porque a folha
era pequena, que era para acabar mais depressa, porque não coube o 6, entre
outras. Expliquei a eles mostrando o maior e o menor valor possível nos dados e
que é a diferença máxima e mínima possível de sair é que estão registradas, mas
sei que poucos compreenderam a explicação.
Conclusões:
No início do jogo foi possível perceber que as crianças não faziam ideia do conceito que estava sendo abordado. Apenas uma aluna conseguia resolver a proposta a partir dos valores dos dados e, sinceramente, achei que não seria possível o desenvolvimento do jogo devido a tamanha dificuldade que estavam encontrando. Até começarem a surgir estratégias como dedos, então ofereci palitos, usaram contagem, tamparam pontinhos para igualarem valores, a partir dessas descobertas o jogo se tornou um verdadeiro sucesso no sentido de proporcionar a aprendizagem do conceito diferença.
Porém
foi apenas na segunda vez em que jogaram que pude perceber uma real
aprendizagem por parte da grande maioria. Pude constatar a aprendizagem na
realização de uma situação problema que envolvia o termo “quantos a mais” e
ninguém fez adição, usaram dedos e a correspondência termo a termo, acredito
que esse seja a maior prova da consolidação da aprendizagem do conteúdo em
questão.
Os dois grupos jogando, estava sentada no meio mediando o jogo.
Os dois grupos jogando, estava sentada no meio mediando o jogo.
Correspondência termo a termo, e a diferença, um palito sozinho. |
Taluleiro do jogo.